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segunda-feira, abril 26, 2010

Os donos do apito

Tomamos a liberdade de postar alguns temas de nosso interesse enquanto não surgem exercícios de Cibercultura a serem feitos.
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Quem acompanha futebol deve ter visto os últimos capítulos da trama Campeonato Mineiro, dessa vez envolvendo arbitragem e dirigentes esportivos. Não é de hoje que os juízes mineiros se envolvem em queixas e reclamações a respeito dos seus desempenhos como árbitros. Também não é novidade o estardalhaço que alguns dirigentes de clubes fazem quando são prejudicados dentro das quatro linhas. Não estou dizendo que eles não devam cobrar por seus direitos enquanto equipes de futebol que almejam o título estadual (ainda que alguns não assumam esta postura). O que acontece, e aconteceu há alguns dias, foi no jogo entre Cruzeiro e Ipatinga, na segunda partida das semifinais do Mineiro. Pensei: “ainda bem que o Ipatinga conseguiu ganhar, caso contrário alguns iam colocar a boca no trombone ou puxar o tapete alheio, outros iam comprar um bilhete só de ida para algum fim de mundo. Os mais religiosos iriam recorrer aos deuses supremos da CBF e até mesmo da FIFA, rogando por um pouco de misericórdia na arbitragem do Estado.” Apesar de ter se saído vencedor e assegurado uma vaga na final do Campeonato, o Ipatinga não deixou passar em branco e questionou os dois pênaltis não marcados a seu favor, além de um gol legítimo anulado pelo bandeirinha. Na noite de domingo após a partida, lá estava o presidente do Tigre em um programa de TV esbravejando a injustiça orquestrada contra sua equipe. Sobrou até para o comentarista de arbitragem do programa. Vamos aos fatos apresentados por Itair Machado, presidente do Ipatinga;
Baseando-se na coluna do jornalista esportivo Jaeci Carvalho, veiculada no jornal Estado de Minas no último dia dez de abril, o dirigente afirmou que o técnico do Atlético Vanderlei Luxemburgo estaria interferindo na escala de árbitros realizada pela Federação Mineira. A acusação é a de que o técnico alvinegro teria solicitado outro juiz para apitar o clássico contra o América, nas quartas de final do Campeonato, alegando que o árbitro escolhido seria muito “rígido”. Luxemburgo, bem ao seu estilo, rebateu as críticas e chamou mandatário ipatinguense de “projeto de dirigente”. Para apimentar mais a situação, o árbitro que havia sido escalado oficialmente, André Luiz Dias Lopes, disse que não estava contundido, como foi anunciado pelo presidente da Federação Mineira de Futebol.
E lá se vão outras tantas discussões. Vou parar por aqui porque isso mais parece uma história sem fim. Nessa briga de leões os mais prejudicados não são os que se intitulam vítimas. Mais uma vez quem sai perdendo é o torcedor que apóia e ama o time do coração, mas que não consegue e não pode gostar de um futebol que, infelizemente, é cada vez menos valorizado dentro das quatro linhas, e sim vangloriado fora delas.

Denise Niffinegger

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